A Pastoral da Criança foi fundada pela médica pediatra e sanitarista, Dra. Zilda Arns Neumann, que faleceu em janeiro de 2010, durante uma missão no Haiti, quando ocorreu um terremoto.
A comemoração dos 30 anos de existência da Pastoral da Criança, braço de atuação social da igreja católica, foi motivo de sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo, no dia 5 de agosto.
A iniciativa foi do deputado estadual Pe. Afonso Lobato, que também é autor da lei Nº 15.024, que institui o 25 de agosto como Dia Estadual da Pastoral da Criança. A data se refere ao nascimento da Dra. Zilda. A sessão contou com a presença do bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Tarcísio Scaramussa, do coordenador estadual da Pastoral da Criança, José de Anchieta Ribeiro dos Santos, e do coordenador internacional e nacional adjunto, Nelson Arns Neumann.
Segundo Anchieta, ser homenageada no Estado de São Paulo é uma alegria e um reconhecimento do trabalho, mas o número de crianças atendidas representa apenas 12% das crianças pobres desse Estado. “Nossa meta é atingir pelo menos 50%”, comentou.
Nelson Arns, filho de Zilda, disse que a desnutrição e a mortalidade infantil já não são mais os principais alvos da Pastoral. “Uma criança que nasce com baixo peso tem o dobro de chances de ter que tomar remédio para pressão alta, quando adulta”, afirmou.
Arns, que é médico, explicou que nos primeiros dias de vida é possível identificar problemas cardíacos, colesterol e até mesmo osteoporose na idade adulta. “Então, se quisermos que nossos idosos tenham saúde, precisamos cuidar desses primeiros mil dias, da concepção ao 2º ano de vida”, disse.
Aproveitando a ocasião, Nelson Arns também reclamou da falta de colaboração do governo estadual, que não destina recursos à entidade por esta não ter sede no Estado. “De cada R$ 1 colocado pelo Estado, a Pastoral coloca R$ 3,18 em voluntariado”, argumentou.
Segundo registros da coordenação, no Estado de São Paulo a Pastoral da Criança atua em 403 municípios, atendendo a cerca de 150 mil crianças e oito mil gestantes, contando com o trabalho voluntário de 15 mil líderes e 12 mil apoios.