Os fatos narrados nessa crônica são todos verídicos. Aconteceram nos dias 27 a 29 de agosto de 2010, no sertão do Seridó na cidade de Caicó-RN. É uma mistura em prosa sem verso de um encontro maravilhoso da Ação Comunicação Popular com gente maravilhosa! Mas claro, com uma pitada de imaginação e muita criatividade. Muitos termos utilizados farão sentido apenas dentro de um contexto, que neste caso especifico, não vai dá pra contextualizar para quem não vivenciou isso tudo. Mas fica a dica para quem ler e quer despertar sua curiosidade.
Querer saber como foi? Basta acessar a Comunidade dos Comunicadores Populares da Pastoral da Criança. Pode ser no Orkut, no Espaço das Comunidades, pendurado no site da Pastoral da Criança ou pedir informações no Setor responsável pela Ação. Adicionar a galera e fazer todas as perguntas. Será uma forma de interação também.
E com vocês Francisco das Chagas e Silva, o artista, o Multi. O “bam bam bam” do sertão. Como todo mundo pode perceber Francisco das Chagas está mais pra nome de santo, ele não tem praticamente nada de santo. Francisco precisou ser rebatizado aos dois anos de idade. Deduzimos que desde aquela época o moço já exibia sua forma física avantajada. Mais músculo que qualquer outra coisa, só não é maior que sua vontade de melhorar o mundo, e por isso, hoje está aqui. Meio santo, meio “onça”, meio máquina, mas sem dúvida uma pessoa muito humana, como a gente!
Joyce e Lucila estavam mesmo apressadas para chegarem à “Ilha” e aqui se ler: festa, pois encontram sempre um motivo para reclamar. –“Aff esse sinal (semáforo) daqui não abre não?” Mais adiante: “ô seu motorista avexe mais um pouco, aperte o pé….Acelere!!”.
Paulinho o menino levado que faz tipo meio tímido não engana mais ninguém. Mesmo confessando não ter afeição pelos livros, Paulinho tem uma leitura maravilhosa da vida. Prova disso? Tirou esse final de semana para aprender como ajudar a Pastoral da Criança a chegar às bases. Mesmo sendo uma paulada, o menino nos contou outro bom exemplo, diz ele que deixou de se jogar no mato atrás das inocentes caças e que está reduzindo drasticamente seu consumo de carne após ter presenciado o assassinato cruel de um boi. – “Aquilo me doeu, viu!?” disse Paulinho paulada, completando “o que mais triste foi ver aquele animal ajoelhado saindo lágrimas dos olhos e um homem bruto falando palavras feias”, disse ele com uma carinha de pena.
Como se vê Paulinho Paulada nem é tão pauleira assim. É sensível, sensato e já prometeu que vai fazer amizade com os livros. É, vamos esperar o próximo encontro para comprovar isso.
Andréa furacão! Até o motorista da Van ficou estarrecido –“Oxente! Ela num disse que tava doente?” E nós respondemos em coro – “Não moço era outra pessoa!”. Não contente em apenas extravasar o excesso de energia, a loira fazia de tudo para convencer todos a cair na folia. Alguns não se animaram e os que se animaram não aguentaram o pique. A toca do preá ficou pequena demais para tanta energia. Davidson e Negona foram expulsos de lá. Nem tiveram tempo pra limpar a farinha da boca. De atores principais passaram apenas a meros expectadores. Negona alegava que estava de férias, mas nem por isso deixou de observar as belezuras a sua volta. Ao dar de cara com um malhadão, suspirou! –“Se mainha deixasse eu te levava pra criar, mas como ela não deixa….!” Quem ouviu isso foi Lenilson (o possessivo), sentindo que seu espaço estava disputado tratou de demarcar território e aos berros exclamou – “Esse cara é gay!!”.
Voltar à rotina depois de um almoço reforçado como aquele de ontem, todo mundo admite que não seja fácil, mas até que a grande maioria conseguiu domar o instinto, ser mais forte que o sono, resistir ao convite da cama. Mas como tudo tem sua exceção, duas figuras não conseguiram cumprir a hora e como o combinado não sai caro, sugerimos que houvesse uma penalidade. E “Denílson.net” pontuou, – “elas devem imitar o Michael Jackson”. Kaká. Uma das atrasadinhas desdenhou: “É só isso!?”. Com Socorro a reação foi justamente oposta. Furiosa, a menina exclamou: “como é que vocês estipulam prenda em minha ausência? Hein!?”. E nós respondemos: “se acalme senhorita, isso aqui é uma brincadeira”. Ficamos pensando… Ela vai e volta todos os dias para a Paraíba e nem ousamos pensar em enervar, ainda mais, a moça vai que ela é do bloco do “Paraíba masculino…mulher macho sim, senhor!” Melhor não arriscar. Mas todo o mal entendido foi desfeito na manhã seguinte. Corrinha é da paz, prova disso é que seu traje hoje é o uniforme mais bonito do Brasil. Camiseta do São Paulo Futebol Clube. Corrinha é da paz e fiel, mesmo quando o tricolor não está tão bonito na foto.
Voltando a Kaká! A moça é esnobe mesmo, viu? Retrucando disse em alto e bom tom: “o negócio é o seguinte minha gente, eu sou um produto Nacional, legítimo e nato. Devo e quero pagar, mas a minha moeda é samba. Aceitam receber desse jeito?” Concordamos, claro e para o delírio, ela sambou…sambou e sambou…os marmanjos quase babam. E a se gente contar que o Jonildo esse moço sério foi capaz de dá um mau conselho, acredite por que é verdade, registramos, gravamos e carimbamos. Não há como duvidar.
E assim, mesmo quem pensava não ter talento suficiente para estar à frente se superou! Como Jeruza, Rosália, Maria de Fátima, a Eliete. As apresentações finais foram lindas! Jornal Mural. Rádio ao vivo com direito a participação do auditório. E o Teatro! Mais de 150 jovens vocacionados a apreciar.
Vocês se superaram e nos encheram de orgulho e certeza de que a Ação Comunicação Popular vai dá muito certo! Cada um tem seu dom, seu talento e infinitas possibilidades de expandi-lo. Mas que fique bem claro…o essencial todos que estão aqui têm que ter é Consciência Moral, Compromisso Social e a vontade de mudar o mundo com atitudes simples e concretas.
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Produção dos jovens comunicadores populares: Programa de Ráadio – Teatro – Jornal Mural
Eis alguns apelidinhos agregados ao longo do Encontro:
Kaká – Um produto Nacional que não aceita imitações. Nem que seja uma imitar um “astro”. A menina arretada protesta –“eu quero é samba!”.
Jonildo – O moço que se rendeu ao samba da morena.
Maria de Fátima – A iniciante que nos ensinou muito.
Francisco das Chagas – o moço que tem nome de santo, mas que optou em ser um esportista peso pesado (Maguila)
Mery – Negona tá de férias hoje!
Davidson – O freio de mão da Negona e cúmplice da Andréa na toca do preá.
Lucila e Joyce – As apressadinhas.
Corrinha – Atrasadinha.
Carla – “A gente tem de comer é muito cuscuz, por que é lá que ta a sustância”.
Eliete – A menina do Clarinete.
Francilene – A branquinha mais ‘braba’ do sertão do seridó.
Andréa – A loira furacão.
Denílson – que poderia muito bem dividir o título com o Amado Batista, “o meu endereço tá na Internet, ligue para denilson@.com.
Paulo – Paulinho Paulada, mesmo ainda não tendo tomado gosto pela leitura, é um moço de uma sensibilidade sem tamanho.
Jeruza – A menina da perereca, aliás, o canto da perereca.
Irmã Núbia – Nordestina, cigana, pé de valsa.
Cris – uma paulistana que amou o povo e o sertão do seridó.
Um grande abraço, a cada uma dessas pessoas que fazem o trabalho da Pastoral da Criança ser, ainda mais bonito, aqui ou em qualquer lugar do Brasil e do Mundo.
Dinormanda Azevedo
Jornalista e Multiplicadora da Ação Comunicação Popular
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